A Bahia deu sua contribuição no avanço da educação básica do Brasil em 2007

Com um crescimento de 25,9%, a Bahia foi um dos estados responsáveis pelo avanço de 10% no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Brasil (Ideb) no ano passado. Os números do Ministério da Educação (MEC) foram divulgados nesta quinta-feira (24) pelo governador Jaques Wagner na abertura do Seminário Educação e Convivência no Campo, no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador.

O evento, promovido por meio da parceria entre a Secretaria Estadual da Educação (SEC), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Rede de Educação do Semi-árido Brasileiro (Resab), reuniu também representantes de 52 municípios da região, educadores e integrantes de organizações não-governamentais (ONGs) ligadas ao setor.

Serão discutidos até esta sexta-feira (25) temas ligados à capacitação de estudantes do ensino fundamental e da alfabetização, além da evasão escolar e adaptação da educação às práticas do campo.

Somente no semi-árido baiano vivem 7 milhões de pessoas e 50% estão na linha de pobreza. A coordenadora de Educação do Unicef, Salte Silva, afirmou que esses números também estão diretamente ligados à ausência de crianças e adolescentes na escola.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em 2006 a Bahia ainda não havia universalizado o ensino fundamental. No mesmo período, apenas 26% das pessoas com idade entre 15 e 17 anos freqüentavam a escola nessa região e pouco mais de 10% delas conseguiam concluir o ensino médio.

Para mudar essa realidade, o coordenador regional do Unicef, Rui Pavan, defendeu a contextualização dos ensinos básico, fundamental e médio no semi-árido.

Segundo ele, a Bahia teve um avanço significativo em 2007, mas ainda precisa cumprir outras etapas. Entre os pontos positivos destacados por Pavan, está o Programa Todos pela Alfabetização (Topa), que capacitou 171 mil baianos no ano passado, grande parte deles nos municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“É preciso ainda vencer problemas como a falta de infra-estrutura, qualidade e evasão escolar, principalmente no ensino básico. Outro desafio é aliar a educação à realidade vivida nos municípios do semi-árido”, avaliou o coordenador.

Nesse sentido, o governo da Bahia, via Secretaria da Educação, está colocando em prática o Programa Saberes da Terra, que receberá R$ 15 milhões do MEC e atenderá a 5,7 mil pessoas.

O secretário Adeum Sauer disse que o programa consiste em qualificar os alunos do ensino fundamental com relação às demandas e especificidades do campo. “Além disso, estamos estimulando o ensino técnico profissionalizante e apoiando escolas municipais que sequer possuíam água e energia elétrica”, ressaltou.

Capacitação de 40 mil estudantes da zona rural

Algumas das experiências bem-sucedidas foram mostradas pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) durante o seminário. O MOC atua, com parcerias e convênios, em 22 municípios da região sisaleira e já capacitou 40 mil estudantes da zona rural.

Um dos coordenadores do movimento, Neidson Batista, explicou que o trabalho passa pela capacitação de educadores das escolas municipais e pela adequação da realidade do semi-árido à sala de aula. “Percebemos muitos avanços em disciplinas como Português e Matemática”, disse.

Outro projeto desenvolvido pelo MOC é o Baú de Leitura, que já chegou a 23 mil crianças e envolve cerca de mil educadores e 942 escolas em 47 municípios baianos.

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