CMN aperta o cerco contra desmatamento irregular na Amazônia

Brasília – O Conselho Monetário Nacional aprovou voto do Ministério do Meio Ambiente segundo o qual, a partir de agora, os bancos oficiais e particulares só podem conceder crédito rural aos produtores da região da fronteira agrícola na amazônia mediante a apresentação de documentação de regularidade ambiental e outras condicionantes exigidas como pré-requisitos para a aprovação dos projetos.

A decisão, aperta o cerco aos produtores agrícolas e pecuaristas que se instalaram na Amazônia e promovem desmatamento irregular.

No final de janeiro, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados preliminares de um levantamento que revelou um desmatamento na região amazônica de 3.235 quilômetros quadrados entre agosto e dezembro de 2007, o equivalente a cerca de 320 mil campos de futebol.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o número representa uma tendência “preocupante” de aumento.“O governo não quer pagar para ver. Não vamos aguardar a sorte, e sim, trabalhar para fazer frente a esse processo”, disse a ministra na ocasião.

A maior parte dos desmatamentos detectados no período se concentrou em três estados: Mato Grosso (53,7% do total desmatado), Pará (17,8%) e Rondônia (16%).

Entre as causas para o aumento, Marina citou a seca prolongada e uma possível influência do avanço da produção de soja e da pecuária nas regiões. Ela evitou responsabilizar diretamente as atividades econômicas, mas ao lembrar que a carne e a soja estão com preços internacionais favoráveis, afirmou: “ Não acredito em coincidência.”

Marina silva afirmou na época que debateria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros medidas para fortalecer a fiscalização nos locais considerados mais críticos. Desde então têm sido anunciadas medidas para punir os responsáveis pelas irregularidades e deter o avanço do desmatamento.

Stênio Ribeiro*
Repórter da Agência Brasil