Corrupção influencia crescimento tráfico drogas no mundo

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Drogas, armas e munições - foto: Agência Brasil

O crescimento do tráfico de drogas no mundo está diretamente relacionado à corrupção, segundo o Relatório 2010 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), divulgado hoje (2).

Além de justificar que as zonas de narcotráfico intenso costumam apresentar elevados índices de violência e corrupção, o estudo mostra que as mais poderosas organizações criminosas tornam-se forças políticas, com o poder e a autoridade de instituições legítimas. E o pior: as autoridades legítimas designadas para combater o narcotráfico se corrompem e não cumprem as determinações da lei.

“Os países em desenvolvimento e países emergentes de conflitos são especialmente vulneráveis à corrupção relacionada com a droga”, registra o relatório, onde consta também que a corrupção facilita o comércio ilegal de drogas no mundo e, se nada for feito, poderá desestabilizar a economia e o sistema político dos países afetados pelo tráfico.

Além disso, os lucros gerados pelos mercados de drogas ilícitas ultrapassam frequentemente os recursos financeiros de instituições públicas. “Um fato que não pode ser esquecido é que a intimidação e a corrupção de agentes públicos facilitam a exploração desses mercados ilegais por organizações criminosas”, afirma o estudo.

De acordo com a Jife, não é fácil medir o alcance real da corrupção. Os dados oficiais dos países sobre o tema costumam ser extraídos das estatísticas nacionais relativas à delinquência e indicam com mais ênfase o êxito das iniciativas de luta contra a corrupção do que a prevalência das ações ilícitas.

O relatório aponta ainda que a corrupção deteriora a credibilidade e a eficiência do sistema de Justiça criminal e debilita o Estado de Direito. Os países nos quais o narcotráfico existe são especialmente vulneráveis. “[Com] o uso de violência e intimidação sistemática, a corrupção e a extorsão de funcionários públicos, os grupos criminosos ricos e poderosos têm sido capazes de enfraquecer os sistemas policiais e judiciais”, diz o estudo, conforme noticiado pela Agência Brasil/ Daniella Jinkings.