Diferenças regionais não podem interferir na aprendizagem, diz educadora

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Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação

A diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, ao analisar as diferenças regionais e discrepância entre os resultados de escolas públicas e privadas na Prova ABC, disse que é preciso que se garanta melhoria da aprendizagem nos anos iniciais, independente de diferenças regionais ou situação econômica.

“Precisamos superar e sair desse conformismo de que as realidades são diferentes. Toda criança tem o mesmo direito de aprender. A aprendizagem nessa etapa é essencial para garantir a aprendizagem nas etapas posteriores. Se não tivermos essa garantia de aprendizagem nos anos iniciais, a tarefa começa a ficar mais complicada e complexa para garantir a aprendizagem nos anos seguintes. Toda criança pode aprender”, disse Priscila.

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O desempenho dos alunos de escolas públicas ficou em 175,8 pontos, enquanto os alunos de escolas privadas alcançaram 216,7 pontos. A Prova ABC foi aplicada para medir o nível de aprendizado das crianças nos três primeiros anos de estudo. A avaliação foi feita pelo movimento Todos Pela Educação, em parceria com o Instituto Paulo Montenegro/Ibope, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), segundo a Agência Brasil/Flávia Albuquerque.

A diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, Ana Lúcia Lima, destacou que estudos estatísticos sobre o processo educacional mostram que educação vem de casa e não é exclusividade da escola. Ela reforçou que a pesquisa mede habilidades de tratamento com letras e números, coisas que se desenvolvem na criança desde muito cedo.

“Uma criança que cresce em um ambiente letrado, onde ela tem livros, onde alguém lê histórias para ela e ela tem com quem brincar, os pais foram escolarizados e têm como contribuir com o aprendizado, [essa criança] já entra na escola com vantagens na comparação com uma criança que tem pais que não tiveram a oportunidade de se escolarizar”, ressaltou Ana Lúcia.

Para o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, João Horta, quanto maior a quantidade de estudos que houver para mostrar como anda a educação no país mais dados o governo terá para atuar no processo. “O que estamos procurando fazer é apoiar as diversas instituições para que elas utilizem os dados do Inep e produzam cada vez maiores resultados”.

Com base nos resultados da Prova ABC, Horta disse que é preciso que prefeituras e sistemas municipais de ensino se esforcem para desenvolver a educação de uma forma diferente.