Doutora Ivanete desvenda o medo


Todo ser humano sente medo, raiva, tristeza, alegria e afeto. São emoções naturais e necessárias para sua sobrevivência. Quem não entra em contato com seus medos coloca sua vida em risco, pois essa emoção o protege e o defende de situações que podem até mesmo levá-lo à morte.

A criança, desde o nascimento, é movida pelo sentimento do medo e é por ele protegida, no decorrer da vida. Poderá manifestar seu medo de escuro, de fantasma, de “bicho-papão”, da morte, de ficar sozinha, medo dos pais, das figuras de autoridade, de diversas formas, em diferentes fases da vida.

Os medos podem ser resolvidos, à medida que forem sendo dados à criança, informações sobre o mundo. Dessa maneira, ela se livrará do medo ou aprenderá a lidar melhor com essa emoção.

Se os sentimentos forem observados, pelos adultos, como algo ruim ou feio, a criança terá de reprimi-los pelo fato de não serem aceitos e se verá forçada a escondê-los, mesmo que os sinta. É de suma importância lidarmos, de forma construtiva, com os sentimentos. Em nossa cultura, o medo é visto com maus olhos, mas tem a função válida de nos proteger diante do perigo. É importante, por exemplo, que se tenha medo de animais ferozes, de se aventurar a entrar no mar, rio, piscina sem proteção e sem saber nadar, atravessar ruas perigosas etc.

Entre os 5 e 6 anos de idade, a criança tem medo de situações imaginárias, como fantasmas, monstros, pessoas estranhas ou também de ser abandonada pelos pais. Por volta dos 9 a 13 anos, o medo se traduz por outras situações, como as notas baixas, o medo de perder os pais, amigos ou objetos, de doenças, incêndios, acidentes, morte.

A melhor maneira de ajudar a criança a solucionar seus receios é o diálogo e o afeto. Devemos ouvir, com empatia, o que os filhos têm a dizer sobre suas sensações, sem pressa em resolver sua angústia, ou mesmo as nossas.

Muitas vezes, podemos superar o medo ou pânico usando a respiração: “Sopra o ar pela boca, depois respira e solta. Sopra o medo, depois respira. Solta o medo e torna a respirar.”

Quando os medos são muito intensos e perduram por um longo período, devemos procurar um profissional que nos oriente quanto às medidas a serem tomadas para solucionar o conflito.

Drª. Ivanete Oliveira Barreto – Psicóloga.