Experiências baianas vão ser levadas para os EUA por educadora americana

A otimização do uso da infra-estrutura, a percepção global dos recursos naturais e o ensino da história e cultura africana foram os aspectos que mais chamaram a atenção da superintendente da Brooklyn Unit School District de Illinois, Raelyn Parks, durante visita a quatro colégios da rede estadual baiana. As impressões foram apresentadas, terça-feira (12), durante o Seminário Estadual Gestão Escolar e Liderança: Experiências no Brasil e nos Estados Unidos, realizado no Hotel Vila Mar.

Os gestores das escolas baianas consideraram muito positiva a troca e a oportunidade de conhecer um pouco acerca dos mecanismos de gestão adotado nos Estados Unidos. O secretário estadual da Educação, Adeum Sauer, destacou a importância do intercâmbio e sinalizou o interesse da SEC em apoiar outras iniciativas como esta.

“A gestão é um dos elementos importantes para obtermos bons resultados na educação. É bastante interessante ver como outros países fazem essa gestão e adequar o que é possível à nossa realidade”, destacou o secretário. O intercâmbio teve como foco a troca de experiências em gestão escolar democrática e participativa, no intuito de ampliação do conhecimento para construção de uma educação na perspectiva da efetividade social.

Para a diretora do Colégio Estadual Pedro Calmon, Adelice Carvalho Terceiro, a experiência foi muito importante e conseguiu mobilizar toda a escola. “Assim que anunciamos a visita, os professores, alunos, funcionários e pais ficaram na maior expectativa. Os estudantes passaram a pesquisar sobre o país e aproveitaram a visita para obter resposta dos seus os questionamentos e curiosidades”, informou a diretora, satisfeita por Raelyn Parks considerar que a escola está realizando um bom trabalho.

Já a diretora do Colégio Estadual Alberto Santos Dumont, Alzenira Maria Costa de Sena, disse que a comunidade escolar considerou a visita como um reconhecimento ao trabalho que vem desenvolvendo. Entre as diferenças visualizadas nas práticas educacionais nos dois países, a diretora citou o amplo uso, nos EUA, das tecnologias em sala de aula, a avaliação do professor, também em sala de aula, pelo diretor da unidade, e a valorização do esporte.

A educadora disse que levaria para a sua escola o trabalho de conscientização sobre o meio ambiente que realizamos com os alunos, o envolvimento da comunidade em atividades extra-curriculares e a prática de judô, mosaicos e a música e dança nos intervalos”, informou a gestora do Santos Dumont.

Depoimento de Raelyn Parks

Como a senhora avalia o intercâmbio?

Foi uma experiência de muito aprendizado que, com certeza, vou compartilhar com os meus colegas e alunos. Fui tratada muito bem, de forma acolhedora. Não poderia imaginar uma visita melhor.

O que mais lhe chamou atenção na educação baiana?

Fiquei muito impressionada com a eficiência com que as pessoas usam a infra-estrutura disponível nas escolas para servir a tantas pessoas durante os três turnos. Um outro aspecto marcante foi a ética no trabalho dos diretores, professores e funcionários. Muitas vezes eles chegam a trabalhar mais horas do que deveriam, numa demonstração de amor ao que fazem.

Quais práticas educacionais a senhora levará daqui?

Levarei para a minha escola os estudos voltados à preservação do meio ambiente, os estudos com ênfase na história africana e também maneiras como a escola pode aproveitar de forma mais eficiente os recursos que ela tem.

Algum aspecto a surpreendeu?

Fiquei surpresa ao saber que os diretores das escolas serão escolhidos por eleição. Essa prática já é adotada nos Estados Unidos para eleger os representantes de diretoria dos distritos educacionais. É uma forma de dar mais voz às escolas, de oportunizar às pessoas interessadas, de dar visões por meio de voto.

eas/is