Fórum mundial de jovens dá pouca importância a América Latina

Fórum mundial de jovens dá pouca importância a América LatinaO fórum mundial de jovens  é uma iniciativa de colocar a juventude no centro de debates acerca das decisões mundiais, onde através de uma equipe de conselheiros, pode definir a direção futura da mudança. Existem 1.500 jovens querendo conquistar o título de líder global. A mentalidade principal é: se os adultos não conseguem resolver os problemas do mundo, que resolvam os jovens.

Assuntos como mundo corporativo, a boa governança, participação equitativa nos caminhos do progresso e da prosperidade, respeito pelos direitos humanos, movimento inter global, as questões ambientais, educação e mudança social, tolerância religiosa estão em evidência. São aceitáveis em todas as comunidades e sociedades. E em cada um deles, a juventude é o centro da atenção.

Entre os que passaram pelo evento, estão o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, o economista bengalês Muhammad Yunus, Prêmio Nobel de Economia, o prefeito de Londres, Boris Johnson,  o ex-presidente do Peru Alejandro Toledo e o músico irlandês Bob Geldof, entre outros.

Na conferência foi lembrado que a juventude de hoje, infelizmente, é muito apegada ao consumismo e materialismo. Extremismo em todas as suas formas e manifestações também tem sido alvo dos debates e cabe aos jovens mudar esta tendência e neutralizar seus efeitos nocivos.

Em uma etapa da conferência falando sobre Diálogo Interreligioso o jovem Imam Ahmed Umer Ilyasi citou:

Na Bíblia, encontra-se a expressão “amar ao próximo como a ti mesmo”; no Talmud: “considere o ganho de seu vizinho como seu próprio ganho e a perda de seu vizinho como sua própria perda”; no budismo encontramos esta citação “não fira outros de modo que você acharia danoso.”

Ele enfatizou que na atualidade o Islã e os muçulmanos são vistos como uma religião que prega a intolerância, o ódio, inimizade e violência. Quem segue estas religiões são vistos como praticantes dessas virtudes do mal. Termos como fanatismo, fundamentalismo, extremismo e terrorismo são vistos como pertencentes ao Islã e aos muçulmanos, uma visão injusta e estereotipada.

O médico Guilherme Lopes Pinheiro Martins, 26 anos, de Campinas, participante da conferência disse que ouvir personalidades internacionais mais “maduras” ajuda os jovens a pensar em outro mundo. “Não estamos aqui para resolver os problemas do mundo, mas criar uma consciência mais humana e aprender com as experiências que muitos já tiveram”, afirma.

Quando jornalistas do UOL Notícias perguntaram para ele sobre o que os jovens do mundo pensam do Brasil, Martins afirma que o evento tem pecado em dar pouco destaque à América Latina. “Até agora foi dado muito pouca ênfase para a América Latina como um todo. Conversando informalmente com alguns participantes, muitos têm uma boa imagem de nosso país, mas muitos estrangeiros sabem falar apenas em Ronaldo [jogador de futebol] e Carnaval, o que é uma pena.”