Jornada ampliada é menor em escolas públicas do Norte e Nordeste

Jornada ampliada é menor em escolas públicas do Norte e Nordeste

O Ministério da Educação (MEC) encomendou uma pesquisa a universidades segundo a qual  a jornada nas escolas públicas está ampliando, mas no Norte e Nordeste ainda é pequena, comparando-se com as outras regiões. Dos 2 mil municípios participantes da pesquisa, 23,7% desenvolvem algum tipo de experiência que atinge 1,1 milhão de alunos.

Para Leandro Fialho, da diretoria de educação integral do MEC, o percentual verificado pelo estudo “é razoável”, conforme notícia da Agência Brasil/Amanda Cieglinski:

As experiências estão mais presentes nas regiões Sudeste e Sul, onde 37% e 25% dos municípios respondentes apresentam a jornada escolar ampliada. Já na Região Norte, apenas 3% têm atividades no contraturno. Em média, nessas escolas, a jornada passa de quatro para sete horas diárias, chegando a oito em algumas cidades.

O estudo aponta que a maioria das experiências foram implantadas recentemente pelos municípios. “A educação em tempo integral no Brasil faz parte da história mais recente da educação brasileira”, afirma o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches.

Para o representante da entidade, as principais dificuldades dos municípios para implantar a educação integral são orçamentárias e de infraestrutura.

Como muitas escolas oferecem dois turnos de aula, falta espaço para acolher as crianças durante todo o dia. Em relação aos recursos, ele aponta que o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) garante uma cota maior para o aluno que estuda em tempo integral, mas em muitos municípios essa ajuda não é suficiente.

“Nós calculamos que uma criança em tempo integral exige um investimento 60 ou 70% superior àquela que só permanece na escola por um turno.”

Fialho destaca que um dos principais nós é a infraestrutura. “Falta uma infraestrutura geral nas escolas brasileiras. Muitas não têm refeitórios adequados, não têm quadras cobertas, não têm banheiros com chuveiros e isso é essencial para a jornada ampliada.”

Apesar dos problemas, ele acredita que a educação integral estará consolidada no Brasil em até 20 anos. Hoje o principal programa do MEC para apoiar as iniciativas dos municípios é o Mais Educação que atende 10 mil escolas. Ele repassa recursos para subsidiar as atividades desenvolvidas no contraturno.

“Não chegamos a 10% das escolas ainda, mas a expectativa é muito positiva, o programa cresceu muito. Em 2008 o orçamento era de R$ 45 milhões e em 2010 será de R$ 350 milhões”, diz Fialho.