Jovens de 15 e 24 anos perdem espaço no mercado de trabalho, segundo OIT

Os jovens estão perdendo espaço no mercado de trabalho, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado hoje (16). Em 1992, o número de jovens desempregados, com idade de 15 e 24 anos, era de 11,9%, saltando para 17% em 2007. No mesmo período, o número de jovens que não trabalham nem estudam passou de 21,1 % para 18,8% respectivamente.

Entre 2005 e 2007, a desocupação caiu entre os jovens e  os adultos em função dos níveis de crescimento econômico e do consequente desempenho do mercado formal de trabalho. No entanto, as diferenças significativas das taxas de desemprego entre esses grupos populacionais se mantiveram.

O estudo mostra variações com base no cenário político e econômico mundial. O aumento do desemprego entre o público jovem foi um dos pontos destacados na pesquisa.

De acordo com a pesquisa, 6,4 milhões de jovens não estudavam nem trabalhavam, ou seja, um em cada cinco.

Em números expressivos, o ano de 2007 registrou um total de 7,8 milhões de trabalhadores desocupados, sendo que 3,6 milhões dessas pessoas (46,7% do total) tinham entre 15 e 24 anos de idade.

Além de fatores econômicos, o estudo apontou ligação direta às condições demográficas. Na década de 90, período em que surgiu a onda jovem, houve aumento da taxa de fecundidade, fato que gerou um crescimento expressivo da população juvenil. Essa realidade ainda hoje é constatada, embora em números cada vez menores.

Outro fator ligado ao desemprego nessa faixa etária é a questões de gênero e raça. Em  2006 entre as jovens mulheres negras a proporção daquelas que não estudavam nem trabalhavam era de 29,2%, cerca de 7 pontos percentuais acima das jovens brancas (22,4%) e cerca de três vezes superior à proporção dos jovens brancos do sexo masculino (10,3%).

O estudo mostra que o aumento da evasão escolar entre as jovens brasileiras é superior ao número de rapazes, já que muitas acabam se dedicando aos afazeres domésticos, ou em alguns casos, à maternidade, sobretudo entre as adolescentes.