Jovens priorizam a educação e cultura na Conferência Nacional da Juventude

Acredito que a única forma de mudar qualquer país é através da educação e da cultura e consequentemente da valorização das pessoas envolvidas nisso. E é nisso também que acredita os jovens que participaram das etapas que antecederam a Conferência Nacional da Juventude elegeram a educação como prioridade em suas reivindicações.

O evento começa hoje(27) e se estende até o dia 30.

O tema educação foi o que recebeu o maior número de propostas: 1.087 de um total de 4.492. Em seguida, aparecem temas relacionados ao trabalho, com 506 propostas; à cultura, com 449; à sexualidade e à saúde, com 344; e à participação política, com 302, segundo a Agência Brasil:

A educação foi o tema prioritário em quase todos os estados e o Distrito Federal. Tocantins, por exemplo, elegeu como prioridade a criação da universidade estadual pública. O estado participa da etapa nacional com 123 delegados. Na Conferência Nacional, a área da educação conta com 133 propostas divididas em 19 categorias, tais como financiamento público, transporte estudantil, educação profissional e formação de professores.

“A questão do financiamento e a garantia de aplicação de 10% do PIB na educação apareceu em várias conferências. A necessidade de ampliar os cursos de formação nas escolas técnicas federais também aparece com força”, destacou a vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Maria Virgínia Freitas. Há ainda, entre outras propostas, a defesa da merenda escolar no ensino médio e do fim da progressão continuada no ensino fundamental.

Na área do trabalho, os conferencistas analisarão 20 propostas, com destaque para a capacitação profissional e a ampliação do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem). “Além das políticas de inserção no mercado, eles [os jovens] querem mais fiscalização sobre as condições de trabalho. Os jovens costumam trabalhar mais e ganhar menos”, apontou a vice-presidente do Conjuve.

A chefe do departamento de Parceria e Articulação com os Municípios, do governo do Maranhão, Ísis Lucas Braga, aponta que o estado não elegeu prioridades, mas a erradicação do trabalho escravo, especialmente o juvenil, foi um dos problemas levantados. “Nossas bandeiras são várias: a questão do meio ambiente, da saúde, da comunidade GLBT [gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros]”, enumerou. Ela destacou ainda que 36 maranhenses participarão da etapa nacional.

O grande número de propostas apresentadas na área de participação política quebra o estigma de que a geração de hoje é politicamente alienada, na avaliação do coordenador do encontro, Danilo Moreira. “A conferência derruba um mito de que o jovem está desinteressado porque foram mais de 4 mil participantes em todas as etapas, está longe de ser uma juventude apática”, disse.

Entre os desafios apontados pelos participantes, está a ampliação da participação da juventude em espaços de discussões com a sociedade e o poder público por meio de fóruns, conselhos e canais de interlocução nas câmaras e assembléias legislativas. Há ainda propostas de campanhas para incentivar a criação de grêmios estudantis, além de um sistema de cotas para a juventude nas eleições.