Lula inaugura Centro de Nanociência e Nanotecnologia em Campinas

São Paulo – O Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes será inaugurado hoje (4) em Campinas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

O novo centro, que será aberto a toda a comunidade científica e está localizado no campus do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), contará com infra-estrutura tecnológica de última geração para pesquisas nas áreas de nanociência e nanotecnologia.

“O centro congrega vários equipamentos dedicados aos estudos de novos materiais na escala nanométrica, ou seja, podendo enxergar os materiais e entender suas propriedades em escalas de átomos e moléculas”, explicou José Antonio Brum, diretor geral do LNLS, em entrevista à Agência Brasil.

As instalações do novo centro vão funcionar de forma integrada com as estações experimentais da fonte de luz síncrotron, um acelerador de partículas que produz luz de alta intensidade e brilho, variando do infra-vermelho, ultra-violeta até raios X, permitindo visualizar a estrutura dos materiais até o nível atômico e molecular. Este é o único equipamento desse tipo existente na América Latina.

O Centro de Nanociência e Nanotecnologia foi construído em uma área de 2,2 mil metros quadrados e projetado especialmente para equipamentos de alta precisão. A idéia é que o centro alcance estabilidade de temperatura e seja protegido contra vibrações e ruídos eletromagnéticos.

Segundo nota da assessoria do centro, cerca de R$ 6 milhões foram investidos na obra pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Os equipamentos serão financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com recursos estimados em R$ 2,5 milhões.

“Nossa expectativa para os próximos 10 ou 20 anos é de conseguir controlar os materiais nos seus tijolos mais fundamentais, que são os átomos. Isso permitirá então que as aplicações da nanociência e da nanotecnologia cubram quase todos os objetos do nosso dia-a-dia porque vamos conseguir manipular esses materiais, controlá-los e otimizar suas propriedades nas mais diversas aplicações como, por exemplo, de vidros auto-limpantes e de tecidos que não mancham”, afirmou.

Segundo Brum, várias pesquisas têm sido realizadas nas áreas de nanociência e nanotecnologia desde 1999. “Temos estudado como funcionam pequenas estruturas semicondutoras, chamadas de nanocaixas, que seriam os próximos dispositivos condutores a integrar a eletrônica do futuro. Temos procurado também estudar fios metálicos tão diminutos que são formados por uma única cadeia atômica. Do lado da aplicação, temos feito estudos associados à indústria para o desenvolvimento, compreensão e aprimoramento de catalisadores, que atuam na superfície dos materiais”, acrescentou.

O Programa Nacional de Nanotecnologia foi lançado pelo governo Lula em 2005, com o objetivo de desenvolver novos produtos e processos em nanotecnologia. Desde então, vários centros foram fundados em todo o Brasil para promover estudos e pesquisas nessas áreas.

“Esse esforço é para capacitar o Brasil a dominar essa área e a interagir com o setor industrial para que nossa indústria também tenha condições de atuar e utilizar esses conhecimentos no desenvolvimento de produtos”, disse Brum.

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil