Navanethem Pillay da ONU diz que Afro-brasileiros e indígenas estão “atolados” na pobreza

Mais uma vez o Brasil é criticado. Não de brasileiros comuns e sim da alta-comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos de Direitos Humanos, Navanethem Pillay.

A alta-comissária da ONU para Direitos Humanos, Navanethem Pillay, cumprimenta o Capitão Potiguar, que apresentou relatório sobre a situação dos povos indígenas no Brasil (foto: Agência Brasil)
A alta-comissária da ONU para Direitos Humanos, Navanethem Pillay, cumprimenta o Capitão Potiguar, que apresentou relatório sobre a situação dos povos indígenas no Brasil (foto: Agência Brasil)

Em seu último dia de visita ao Brasil, hoje (13), ela criticou a situação de negros e indígenas no país. Ambas as populações, segundo ela, estão “atoladas” na pobreza, além de não ter acesso aos serviços básicos e nem a oportunidades de emprego.

Durante entrevista coletiva, Pillay se referiu à questão dos povos indígenas como invisível e lembrou que, de todos os funcionários federais e estaduais que conheceu durante a visita, nenhum deles tinha origem indígena. Para a alta-comissária, o fato serve como um indicativo de uma contínua marginalização.

“A maior parte dos povos indígenas do Brasil não está se beneficiando do impressionante progresso econômico do país e está sendo retida na pobreza pela discriminação e indiferença, expulsa de suas terras na armadilha do trabalho forçado.”

Em relação aos negros, Pillay ressaltou que a violência aparece como uma das principais causas de morte no grupo. Ela insistiu que há, no Brasil, uso excessivo de força tanto de agentes policiais quanto de milícias. “Até que isso mude, a situação vai prejudicar o progresso do Brasil em muitas outras frentes.” A alta-comissária retorna hoje para Genebra, na Suíça, após uma visita de três dias a cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Brasília.(Agência Brasil)