Obras do mais famoso artista plástico brasileiro viram cinzas

Um incêndio destruiu as obras do mais famoso artista plástico brasileiroUma das obras de Helio Oiticica, com fama internacional. A tragédia aconteceu ontem a noite (16) e transformou em cinza obras expostas em vários países criadas por Helio Oiticica, nascido em 1937.

De acordo com o arquiteto, irmão de Helio, toda o acervo do artista que estava guardado no local, avaliado em US$ 200 milhões, foi perdido com o incêndio. Esse acervo, mantido numa sala com controle de umidade e temperatura, corresponderia a 90% da obra do pintor, escultor e artista conceitual, falecido em 1980.

César Oiticica disse que estava jantando em casa quando foi alertado por uma empregada sobre o fogo. As causas do incêndio são desconhecidas. Segundo César, a sala onde estavam guardadas as obras era adaptada para funcionar como uma reserva técnica e não havia nada de inflamável no local. Os bombeiros foram chamados, mas quando chegaram o fogo já havia destruido o acervo. “O valor perdido em dinheiro não significa nada, comparado à perda de obras que o mundo inteiro vai lastimar”, afirmou.  Um dos artistas plásticos brasileiros de maior renome internacional, com obras expostas em vários países, o carioca Helio Oiticica, nascido em 1937, participou nos anos 50 do movimento neoconcretista, ao lado de nomes como Ligia Clark, Amilcar de Castro e Ferreira Gullar. Nos anos 60, ficou conhecido por obras conceituais, como as capas coloridas chamadas por ele de “parangolés” e instalações, os “penetráveis”. Também foi um dos inspiradores do movimento tropicalista, em 1968.

Na década de 70, Helio Oiticica morou durante oito anos em Nova York. De volta ao Rio, faleceu em 22 de março de 1980. Um ano após sua morte, foi criado no Rio o Projeto Helio Oticica, para preservar a obra do artista. A prefeitura do Rio criou, em 1996, o Centro de Artes Helio Oiticica, instalado num prédio do século 19, próximo à Praça Tiradentes, no centro do Rio. Além de exposições temporárias, o espaço abriga uma parte pequena do acervo de Helio Oiticica. (Agência Brasil/Paulo Virgiliio).