Pará cria programa para evitar extinção de espécies ameaçadas

Brasília – O Pará elaborou uma lista de espécies ameaçadas de extinção no estado, que serviu de base para a definição de medidas de recuperação e prevenção dos danos causados à fauna e à flora paraenses. As ações estão previstas no Programa Estadual de Proteção às Espécies Ameaçadas de Extinção, conhecido como Extinção Zero.

A lista reúne 181 espécies, entre plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Treze são consideradas criticamente em perigo, entre elas o bicudo verdadeiro, o peixe poi marinho e o macaco caiarara. Sete estados brasileiros já possuem a lista de espécies ameaçadas. O Pará é o primeiro estado da Amazônia a organizar uma relação como essa.

A listagem foi apresentada na última quarta-feira (20) na sede do Museu Emílio Goeldi e oficializada pelo governo do Pará. O secretário de Meio Ambiente do Pará, Valmir Ortega, destaca que a lista é um instrumento importante para proteger as espécies ameaçadas

“No mundo como um todo, a idéia de elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção se mostrou uma estratégia extremamente importante para proteger essas espécies que estão mais pressionadas, seja pelo desenvolvimento, seja pela degradação ambiental, pela alteração dos ecossistemas, pelo empobrecimento das florestas.”

Para alcançar o objetivo de assegurar que nenhuma das espécies ameaçadas sejam extintas, foi criado um comitê gestor com a participação de várias secretarias do governo e outro formado por cientistas e pesquisadores de diversas instituições do estado do Pará. A idéia é que os comitês fiquem atentos às necessidades de proteção e reprodução das espécies.

O principal problema causador da extinção é a destruição dos ecossistemas que abrigam essas espécies. Ações como desmatamento, alteração de áreas pela agricultura e pecuária, lançamento de resíduos nos rios ou na atmosfera causam impactos irreversíveis. A maior incidência de casos se dá no leste do Pará, de acordo com a diretora do Museu Emílio Goeldi.

“O problema é no que nós chamamos de Centro de Endemismo de Belém, ao leste do estado do Pará. Essa é a área geográfica mais crítica, onde está a maioria dessas espécies ameaçadas. A perda de habitat foi muito grande, as populações têm uma distribuição geográfica restrita e algumas delas [estão] somente nessa área do Pará, onde grande parte da cobertura florestal primária já foi alterada”, diz.

Rafael Brasil
Da Rádio Nacional da Amazônia