Como reconhecer maltrato infantil observando a pele da criança

Como reconhecer maltrato infantil observando a pele da criança (Foto: http://www.flickr.com/photos/stupiddirtyd0ll/4020777486/)

Nem todos os hematomas são iguais. Aqueles que ocorrem em áreas protegidas, como nas orelhas ou na parte interna das coxas podem indicar, não uma ocorrência acidental, mas um maltrato físico. Distinguir a causa deste tipo de manifestações pela aparência das lesões torna-se um desafio em que os dermatologistas têm um papel importante. Assim destacam especialistas em um editorial na revista “Piel”, conforme texto de Laura Tardón, publicado no jornal espanhol El Mundo:

No entanto, observam os autores, “por causa de pouca ou nenhuma formação para reconhecer esse problema, para muitos dermatologistas maltrato físico, só aparece na lista de diagnósticos diferenciais, apesar de sinais cutâneos serem as manifestações mais comuns (apresentam em mais de 90%) e são facilmente identificáveis.”

Como identificar os hematomas causados pelo maltrato físico? De acordo com Ramon Grimalt, professor de dermatologia na Universidade de Barcelona, a localização é fundamental. “O maltratador não ataca nas zonas mais ósseas e sim nas mais macias e protegidas, como as nádegas, costas, tronco, braços, órgãos genitais, coxas, orelhas, bochechas e pescoço.

Dermatologistas também devem prestar atenção na evolução normal do hematoma, a aparência da coloração, a profundidade e características próprias da pele de cada criança. Por exemplo, explica o professor, se observarmos que uma criança tem hematomas em várias cores, um amarelo, outro roxo, outro verde (refletindo diferentes estágios)… Seria muita casualidade que a criança tivesse caído repetidamente. Poderia tratar-se de um maltrato periódico.

Quanto ao aspecto, as formas podem indicar o objeto que causou o hematoma: corda, cinturão, cordão, arame… Assim, “se a criança foi duramente esbofeteada, podemos encontrar linhas verticais purpúrea, que são reflexo dos espaços interdigitais, geralmente nas bochechas”, acrescentou o especialista.

Distinguir mordidas de adultos

As manchas negras, tão comum em crianças, são os sinais mais característicos de maltrato infantil, juntamente com mordidas, queimaduras e perda traumática de cabelos, além de dermatite grave, ressecamento das mucosas do corpo, má higiene e frequência de piolhos.

As marcas de mordida, afirma Ramon Grimalt, também um dos autores do editorial, são facilmente diferenciadas daquelas produzidas por outras crianças, por causa da distância entre os caninos. Isto é, “se a mordida for maior do que três centímetros, muito provavelmente, foi feita por um adulto.”

Os dermatologistas devem ter estes sinais em mente, ao avaliar um provável maltrato de crianças. Outro seria o caso normal de uma criança com queimaduras. Não se esqueça que as queimaduras ocorrem em 6 a 20% de todos os maltratos físicos e crianças menores de três anos são as mais afetadas.

Ao que parece, queimaduras com água fervente e com cigarro são as formas mais frequentes. “Produzem queimaduras de terceiro grau, com 7 a 10 mm de diâmetro e com uma tendência para retardar a cura. Geralmente ocorrem na face, palmas das mãos, plantas dos pés e órgãos genitais.

Embora menos frequente, a calvície em crianças também pode ser resultado de abuso físico. “O trauma é muitas vezes acompanhado por hemorragia e dor nas áreas calvas, onde se nota bordas muito irregulares…”, diz o Dr. Grimalt.

Uma história que não merece crédito, explicações contraditórios, são sinais de alarma para os quais se devem prestar muita atenção. Mas há outro indicador: o tempo entre o início da lesão e da visita de médico. “Um pai que queima seu filho não o leva imediatamente para a sala de emergência. “Espera a situação esfriar e, se for o caso, procura o médico” – disse o dermatologista.

Tendo em conta que o abuso é crônico e que as lesões cutâneas podem ser confusas, os autores do editorial apostam no papel de liderança do dermatologista. “Devemos ressaltar a importância que deve adquirir o dermatólogo na avaliação de sinais cutâneos suspeitos de maltrato. Diagnosticar e denunciar às autoridades competentes é fundamental”

2 replies to Como reconhecer maltrato infantil observando a pele da criança

  1. Os pais dessa criança sao muitos maus!!!!

  2. muito chato isssooo vey tristeza nas pessoas

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