Dois mil jovens decidem na 1ª conferência o que é prioridade para eles

Segundo a Agência Brasil , depois de três dias de debates, os 2 mil delegados da 1ª Conferência Nacional da Juventude definiram as 22 prioridades dos jovens brasileiros. O caderno de propostas continha cerca de 500 pontos, que após o debate nos grupos de trabalho e votações, foram resumidos em 69 resoluções. Vinte e duas delas foram eleitas prioritárias e serão referência para políticas públicas.

Leia as 22 prioridades escolhidas pelos jovens

A proposta mais votada defende o reconhecimento e a aplicação pelo Poder Público das resoluções do 1º Encontro Nacional de Juventude Negra (Enjune). O movimento negro presente no evento conseguiu angariar 634 votos para a proposta.

“Acho que o resultado reflete a boa articulação que as organizações dos movimentos juvenis negros fizeram entre eles e com as outras organizações, eles conseguiram ampliar o apoio com grupos que não necessariamente tratam dos direitos raciais”, avaliou o secretário da juventude, Beto Cury.

Para Cury, as conferências municipais, estaduais e livres facilitaram o debate na etapa nacional. “Não havia grandes novidades entre as propostas, elas foram amplamente discutidas durante o processo”, avalia.

Em segundo lugar na lista de prioridades aparece uma proposta ligada à educação. Com 547 votos, os jovens pedem que parte da verba do ensino básico seja destinada para o modelo integral e pedagógico dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs).

Em um apelo ao Congresso Nacional, os delegados elegeram como terceira prioridade a aprovação em regime de urgência da PEC 138/03, que inclui o conceito de juventude na Constituição, do Plano Nacional da Juventude e do projeto de lei que estabelece os Direitos da Juventude. A proposta teve 531 votos.

O conjunto final de propostas é diversificado e contempla reivindicações de diferentes segmentos da sociedade. Inicialmente, o regimento da conferência previa a aprovação de 21 prioridades, mas elas foram ampliadas por unanimidade na última plenária para incluir um ponto relativo aos direitos dos jovens com deficiência.

“O resultado deixa claro a importância de trabalharmos com a transversalidade das políticas da juventude, ou seja, ela está presente na educação, no trabalho, na cultura, no esporte, na questão dos direitos raciais, comunidades tradicionais, ela tem que ter essa universalidade que a conferência mostrou”, acredita Cury.