Revolução social mundo árabe: jovens, internet, democracia

revolução social no mundo árabe

A causa principal da revolução social  no mundo árabe é a morte de dois jovens, Mohammed Bouazzi e Khaled Said. Depois do assassinato deles, uma série de revoltas populares ocorre em diversos países árabes, já tendo inclusive derrubado o presidente da Tunísia, que estava no poder há 20 anos.

Khaled Said foi espancado até a morte na porta de um cibercafé, depois que tentou colocar no YouTube um vídeo sobre corrupção policial no Egito. Já Mohammed Bouazizi se ofereceu para o sacrifício depois que a polícia tomou as verduras que ia vender em um posto ambulante.

Estes dois jovens não aceitavam as injustiças e clamavam por um futuro melhor. Infelizmente não verão este futuro, pois morreram, mas suas mortes despertaram grande revolta na juventude do mundo árabe.

Uma juventude imensa!  Só na Tunísia os menores de 30 anos ultrapassam os 53% da população, cada vez mais desejando mudanças democráticas e liberdade de informação. São jovens que vivem o islam sem fanatismo e que não suportam mais ver os homens que governam seus países sendo os mesmos de quando nasceram.

Uma juventude desencantada

Pirâmide do Egito - revolução social
Foto: Agência Brasil

A inquietude juvenil já vem sendo notada há anos.  Trata-se de uma geração aberta ao mundo que pede passagem e exige maior capacidade de decisão.  A crise econômica e a falta de trabalho têm radicalizado suas visões políticas. Então eles estão usando as redes sociais, cada vez mais populares, apesar da censura, para sua organização interna e a mobilização em massa. Sem internet não se entende a explosão de manifestações e protestos simultâneos que estão vivendo no último mês a Tunísia, Argélia, Líbia, Egito, Jordânia e Yemen, segundo artigo do jornal espanhol 20minutos.

O êxito da revolta contra o regime autoritário, controlador e corrupto de Bem Ali, na Tunísia, que resultou na derrubada do Governo, tem dado ânimo aos grupos de jovens dos países vizinhos, sendo o Egito o que agora mesmo vive os protestos das multidões contra Hosni Mubarak, que está no poder desde 1981.

Os protestos no Egito já resultaram no anuncio da dissolução do governo por parte do presidente Mubarak.

Perigo de contágio?

No Yemen milhares de pessoas foram convocadas pelos principais partidos de oposição para se concentrarem em quatro pontos da capital para pedir que o presidente do país, AliSaleh Abdalá, não se candidate a uma nova reeleição. Abdalá já está no poder há 30 anos.

A maioria dos governos do Ocidente está vendo com bons olhos os protestos que consideram uma oportunidade para o surgimento de sistemas mais democráticos.  O melhor é que não estão marcados pelo fanatismo islamita.

Vale lembrar que durante anos estes mesmos países do ocidente deram seu apoio aos governos que agora se mostram como ditaduras disfarçadas de democracia.