Bullying infantil: como instruir o seu filho a lidar e não praticar

Por: Andreia Silveira

Ser alvo de críticas negativas, agressões físicas e humilhações é sofrer bullying. Mas, como ajudar as crianças a lidar e não praticar o bullying infantil? Saiba como!

Tanto os pais quanto a escola precisam se atentar ao que as crianças estão fazendo para evitar o bullying infantil. É importante destacar que tal situação traz consequências negativas tanto para quem pratica quanto, especialmente, para quem sofre.

Abaixo, selecionamos algumas dicas para ajudar o seu filho a lidar e não praticar esse tipo de agressão. Confira!

Imagem Pixabay/Café

Como saber se o meu filho sofre bullying infantil?

As crianças vítimas de bullying infantil tendem a demonstrar que estão passando por essa situação, mesmo sem dizer abertamente aos pais. Basta observar algumas alterações no comportamento, como baixo rendimento nas aulas, pedir para mudar de turma ou mesmo de escola, ansiedade, entre outros.

Claro, nem sempre a criança que apresenta uma ou mais dessas mudanças sofre bullying. É preciso conversar com o seu filho e instruí-lo a falar sobre o que sente e o que acontece com ele.

O que fazer ao descobrir que meu filho sofre bullying na escola?

Veja algumas coisas que os pais podem, devem e não devem fazer!

  1. Mantenha a calma

É muito importante manter o controle quando descobrir que seu filho sofre bullying. Primeiramente, para não tomar decisões que vão mais prejudicar do que ajudar a criança.

Saiba que alguns pais podem ter atitudes que fazem com que as crianças se arrependam de ter falado sobre o ocorrido. Assim, faz com que os pequenos prefiram ficar em silêncio do que relatar novos acontecimentos. Com isso, passam a sofrer em silêncio.

Portanto, sente com o seu filho e entenda toda a situação. Pergunte onde aconteceu, quando e quem são as pessoas envolvidas, tanto a que praticou ou que esteve presente.

  1. Denuncie

Assim que identificar o problema e entender toda a situação, entre em contato com as autoridades caso tenha ocorrido uma lesão física grave, discriminação, uso de arma, abuso sexual e outros tipos de violência motivada por ódio.

Nestes casos, alerte não apenas a escola, mas também a polícia. Em outros, entre em contato imediatamente com a escola.

  1. Respeite o momento da criança e seja acolhedor

Ao sofrer bullying infantil, a criança pode ter um período de tristeza, raiva e até vergonha por se sentir inferiorizada. Os pais precisam respeitar esse momento, mas se persistir, é preciso encaminhá-la a um especialista.

Isso vai ajudar a evitar uma depressão, por exemplo, bem como mágoas e outros problemas emocionais que podem surgir em curto e a longo prazo. Saiba que tanto os planos de saúde oferecem psicólogos, quanto o sistema público. É preciso buscar ajuda para evitar outros problemas.

Além disso, os pais devem manter um diálogo acolhedor, pois a criança já está se sentindo inferior e precisa de apoio. Em alguns casos, os próprios pais precisam do apoio de um psicólogo para ajudar a criança e também saber como não estimular o filho a inimizades. Afinal, quem pratica o bullying, em muitos casos, também está sofrendo com alguma coisa.

  1. Ensine a criança a se defender e ser mais forte

Isso não significa estimular a agressão física, mas sim ensinar o seu filho a dar respostas e também conseguir ignorar o agressor ao passar por bullying. Para isso, os pais podem ajudá-lo, elaborando respostas rápidas e simples. Assim, estará ajudando a criança a adquirir, e desenvolver, habilidades emocionais e sociais.

Outra coisa é ajudar os pequenos a criarem uma rede de apoio, ou seja, para combater o bullying na escola, os colegas precisam defender-se um ao outro.

E quando é o meu filho que pratica o bullying?

Entenda o que está motivando o seu filho a praticar o bullying. Algumas crianças o fazem para ter atenção e se sentir poderosas. Por não serem ouvidas em casa, muitas vezes, acabam mostrando as suas frustrações com agressões físicas e verbais.

Em outros casos, a criança que pratica o bullying não tem limites em casa ou se sente deixada de lado pelos pais. Os responsáveis precisam manter um diálogo com o filho, mostrando os graves efeitos que praticar o bullying causa tanto na vítima quanto no agressor.

Além disso, deixar bem claro a não tolerância deles por essa atitude, bem como de toda a sociedade. Sentar, conversar e explicar é o primeiro passo. Mas, após, é preciso buscar ajuda de profissionais especializados.

Afinal, a criança que pratica bullying deve entender a gravidade de suas ações, mas também precisa que a raiz do problema seja trabalhada. No caso de ausência dos pais, agressões e outras causas, é preciso sanar o problema por completo e, para isso, o acompanhamento de pessoas especializadas se torna fundamental.

Entenda que a criança que pratica bullying está sofrendo e esse sofrimento precisa ser curado por completo. A criança precisa de um suporte completo, inclusive, da escola para que, em conjunto, ajudem o seu filho nos dois ambientes.

Outra coisa que ajuda muito é incluir atividades na vida da criança, como cursos, prática de esportes, aulas de músicas e outros.

Mas, e quando o meu filho não está conseguindo lidar com a situação sozinho?

Mesmo tendo todo o apoio dos pais, inclusive da escola, algumas crianças continuam sofrendo e isso influencia no sono, alimentação e outras atividades. O bullying infantil, quando persiste, pode resultar em transtornos de ansiedade e depressão.

Os pais, certamente, vão querer resolver a situação sozinho, ou seja, sem o apoio da escola, já que nada se resolveu. Mas, ao invés de entrar em contato com os pais do agressor, fale com a escola para conversar com os responsáveis pela criança que pratica o bullying para instruí-los a buscar ajuda.

Afinal, o agressor precisa de intervenção e pode até estar passando por problemas sérios fora da escola.

Além disso, é preciso cuidar do seu filho para que ele não cultive pensamentos negativos sobre si mesmo. Ajude o pequeno, dizendo que ele sairá mais forte dessa situação, superando as adversidades.

Mostre exemplos de pessoas reais que superaram e ainda superam o bullying. Use, inclusive, um exemplo de um famoso que seu filho admira, mostrando que mesmo com muitas perseguições, essa celebridade foca em seu sonho e deixa os ‘inimigos’ de lado.

Outro ponto importante é enfatizar na escola, a importância de um programa de prevenção ao bullying. Saiba que esse tipo de programa é previsto em lei e visa tanto a prevenção quanto ações para lidar com esse tipo de comportamento negativo na sociedade.

Então, agora você já entende que tanto a criança que pratica o bullying, quanto a que sofre estão precisando de ajuda. O ideal é sempre contar com profissionais especializados para que o problema não persista e fique ainda maior com o passar do tempo.

Por: Andreia Silveira, editora no site PlanoDeSaude.net.