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Como ler boa história infantil para uma criança

Imagem reprodução

Ler é um prazer, porque você viaja para outros lugares, conhece outras pessoas, enquanto vai percorrendo as páginas do livro. Além disso, é um exercício necessário para o bom desenvolvimento e fortalecimento do cérebro da criança. Quanto mais uma criança lê bons livros, mais inteligente ela fica, mais se destaca em seus estudos. Adultos também precisam ler, para evitar que o cérebro entre em decadência antes do tempo.

As crianças apreciam sempre, e em qualquer ocasião, uma boa história. Seja para dormir ou por mera distração, o mundo da fantasia e do imaginário sempre fascinou os mais novos. Aproveite as férias para ler, todos os dias, uma história ao seu filho, conforme texto publicado no site abcdobebê “O prazer de uma boa história infantil”, transcrito abaixo:

Contar histórias não é propriamente um dom por aí além, mas conseguir fazer viajar uma criança pelo mundo da fantasia e do real, nem sempre é tarefa fácil. O que acontece é que as crianças precisam sentir com intensidade a história que estão a ouvir, portanto coloque o máximo de emoção e de vivacidade que conseguir, quer esteja a contar um conto retirado dos livros ou uma história real.

Se estiver a contar uma história, por exemplo, a do Capuchinho Vermelho, conte-a com a máxima ferocidade, quando chegar a parte do lobo mau e com a maior delicadeza que conseguir, quando chegar a parte da avózinha. O que prevalece é o jogo de palavras e o tom de voz que se utiliza. Aquilo que as crianças gostam é de sentirem a história e que, também elas estão com medo ou que também elas estão divertidas.

Quase todas as histórias têm um herói e, é imprescindível que também elas sintam qual o verdadeiro herói da trama. Para isso, os contadores de histórias devem saber contá-las convenientemente, de maneira a que a criança possa retirar as conclusões acertadas. Independentemente de se contarem histórias em grupo ou em privado, a forma de contá-las deve ser idêntica e com a mesma emoção.

Existem várias formas de transmitir histórias: as contadas pela voz do comunicador, a dos livros, dos vídeos, CD Rom, cassetes ou CD’S. Todas elas são contadas de modo privado, ou seja, realizadas apenas para um ouvinte podendo contudo, haver mais que um. Mas, existem aquelas histórias de grupo nas quais é necessário um público para as mesmas tomarem forma. Falamos-lhe das histórias que acontecem nas telas do cinema, nos palcos do teatro, a dança e as de televisão. Nalgumas delas chega mesmo a haver a interferência do público, isto é, da criança, que acaba também ela por ser um interveniente ativo e fundamental para o desenrolar dos acontecimentos.

Quando se conta uma história para um público infantil, recorre-se a determinadas técnicas e recursos, conjugados com o local onde a própria história está a ser contada. Todavia, em privado, o indispensável é conjugar a atenção da criança. A partir daí, é meio caminho andado para que as coisas corram pela positiva. O desenrolar perfeito dos acontecimentos da história e a sua ordem, é selecionado e feito pela própria criança. É ela que a comanda na totalidade.

A técnica perfeita para contar uma história ao seu filho ou aos amigos dele é, sem dúvida alguma, deixar-se levar pela imaginação. De início, reflita num tema ou numa ideia interessante, soltando posteriormente a sua imaginação o máximo que conseguir. Vá utilizando palavras e imagens que a criança facilmente consiga perceber e distinguir, e prepare a criança para o estado de receptividade, em relação ao que está a contar.

No decorrer da história a criança deve estar calma e atenta, sinal de que está interessada e a assimilar tudo corretamente. Quando chegar os momentos fundamentais da história, faça pequenas pausas para criar o devido suspense, mas sem recorrer em demasia aos detalhes ou pormenores. O excesso exagerado de descrições faz com que a criança se farte, e se desligue da essência da história saturando-se em demasia.

Quer se goste ou não devem-se contar histórias às crianças, até mesmo para estimular a sua imaginação, já que os mais novos apreciam este mundo da fantasia, dos heróis e dos vilões. Até porque quando se conta uma boa história de maneira simplificada, é uma boa alternativa para mantê-los sossegados e felizes. Se não tiver imaginação para inventar e produzir uma, recorra às histórias habituais que certamente se recorda da sua infância. Verá que o seu filho entrará no sonho do imaginário, pela sua própria voz e presença carismática…

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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