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Modelo de atendimento socioeducativo do Case é elogiado por autoridades

“Espero cumprir bem a medida socioeducativa, concluir os estudos e voltar à comunidade capacitado para enfrentar o mercado de trabalho”. O depoimento é de A.S.F., 18 anos, durante o aniversário de 10 anos da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case CIA), em Salvador. Ele é um dos 40 jovens atendidos atualmente pela instituição, considerada referência na área.

Durante a solenidade, ocorrida segunda-feira (2), o trabalho desenvolvido pela Case foi destacado por autoridades e representantes de entidades que atuam na defesa dos direitos humanos. No equipamento, mantido pelo Governo do Estado, através da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), são executadas atividades pedagógicas, culturais e profissionalizantes voltadas à plena ressocialização do adolescente.

“É preciso compreender que a medida de internação neste espaço visa garantir oportunidades e direitos que lá fora, talvez, não sejam oferecidos”, disse o juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude, Nelson Amaral, aos adolescentes da Case. “Percebemos as conquistas e o progresso da instituição ao longo de sua história. Houve avanços não só no aspecto físico da unidade, mas no projeto pedagógico”, ressaltou.

Na opinião do representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Salvador Soler, o engajamento dos profissionais que atuam no sistema socioeducativo tem sido fundamental para a recuperação dos adolescentes durante o período de privação de liberdade. “Há um compromisso de melhorar a cada dia este atendimento. É uma unidade privilegiada no Brasil, por oferecer condições de diálogo e reflexão para os adolescentes, que podem voltar ao convívio social de forma digna”, considerou Soler.

O trabalho visa oportunizar aos adolescentes o resgate da auto-estima, o auto-conhecimento e a valorização de suas responsabilidades e valores. “Se as pessoas não entenderem que é preciso acolher o adolescente que passa pela unidade, de nada adianta o trabalho que se faz. Ao invés de recomeçar a vida, o adolescente pode ter um retrocesso. Por isso, é importante a responsabilidade solidária, a participação da família e da sociedade”, enfatizou o diretor geral da Fundac, Walmir Mota.

A programação dos 10 anos da Case incluiu homenagem ao suíço Yves de Roussan, que participou da idealização do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca-Ba), além de apresentação da Orquestra Sinfônica Neojibá.

Das/al

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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