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Morte das crianças em Realengo – a lição deixada pela dor

Larissa dos Santos Atanázio, uma das crianças assassinadas em Realengo - Foto reprodução

Em outros países, a exemplo da Escócia, massacres que chocam a população sempre trazem uma consequência positiva. Em minha opinião, deveríamos nos mobilizar DE VERDADE para que os crimes não continuem acontecendo no Brasil de forma tão banal. A vida de cada um de nós, cidadãos comuns, vale menos que uma banana, tal a insegurança em que vivemos.

Eu não sei se vocês lembram, em 1996, ocorreu um massacre em uma escola primária da Escócia. O povo chorou, é verdade, mas não ficou de braços cruzados. Fizeram uma campanha popular, cujo final foi a proibição de armas de fogo no país. E conseguiram isso em apenas um ano!

No dia 13 de março de 1996, o ex-líder escoteiro Thomas Watt Hamilton, de 43 anos, invadiu um ginásio da Escola Primária Dunblane, na cidade escocesa de mesmo nome, e assassinou 16 crianças e um professora. Em seguida cometeu suicídio.

O mais emocionante, foi uma professora de 45 anos que se tornou mártir. Ela tomou a frente de seus alunos, em uma tentativa vã de protegê-los. Mas o assassino não se comoveu. Matou a professora e outras 11 crianças, que tinham entre 5 e 6 anos. Três adultos ficaram feridos.

Logo após este dramático acontecimento, várias associações em defesa do controle de armamentos foram criadas. O ginásio onde ocorreu o massacre foi demolido e a escola foi totalmente reformada.

Segundo o site da BBC, o jornal britânico The Daily Mail, apoiou o abaixo assinado pedindo a proibição das armas de fogo no país. Não deu outra, conseguiram mais de 700 mil assinaturas.

A lei da Grã-Bretanha só aceita estas exceções para uso de armas:

1 – Armas consideradas antiguidades
2 – Armas de interesse histórico, cujas munições não são mais fabricadas.
3 – Pistolas de ar

Em consequência da proibição, é um dos países com menor índice de homicídios por armas de fogo, no mundo. Segundo estatísticas oficiais, apenas 43 pessoas foram mortas por armas de fogo na Grã-Bretanha, durante o ano de 2009/2010. Deste número, 41 na Inglaterra 3 apenas 2 na Escócia.

Lista dos mortos na escola de Realengo

Que as pessoas citadas abaixo, covardemente assassinadas por Wellington Menezes de Oliveira, sirvam de inspiração para que as autoridades brasileiras, juntamente com a sociedade, se mobilizem e acabem de uma vez por todas JÁ com tanta insegurança. 

Luiza Paula da Silveira, 14 anos
Karine Chagas de Oliveira, 14
Larissa dos Santos Atanázio, 13
Rafael Pereira da Silva, 14
Samira Pires Ribeiro, 13
Mariana Rocha de Souza, 12
Ana Carolina Pacheco da Silva, 13
Bianca Rocha Tavares, 13
Géssica Guedes Pereira
Laryssa Silva Martins, 13
Milena dos Santos Nascimento, 14
Igor Moraes da Silva, 13

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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