Poeta Irajá – Três reinos sem rei

Certo machado afiado
Nas mãos de um lenhador.
Chorava triste amargurado
Sofrendo tremenda dor.

Desejando ter liberdade
De não ser manuseado.
Para as suas atitudes
Não serem atos desastrados.

A cada golpe que é dado
No sutil silêncio da mata.
Solta um gemido magoado
Em cada lasca que salta.

O frio ferro cortante
Não pode mudar a sorte.
O ser humano arrogante
Segue semeando a morte.

O vegetal está minguado
O mineral é o carrasco.
O animal está levando
A natureza ao fracasso.

Três reinos sem majestade
São os reinos da natureza,
Invadidos pela vaidade
Dos homens sem realeza.

A natureza chora o horror
Dos filhos que a consomem.
E o grande destruidor
É o animal chamado homem.